quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Tua Luz é Minha Lei



Todos dispersos, conversando, rindo, brincando... Mas a um som, todos tomam seus lugares e a seriedade do momento invade o coração de cada um. Numa concentração individual cria-se a corrente coletiva que dá início, ao som do atabaque, a manifestação de fé de cada um ali presente. Seja participante da roda ou da assistência, é esse o momento em que temos a certeza da existência de um Ser maior que nos guia e nos leva a cumprir essa importante missão: auxiliar o próximo através da caridade e do amor fraterno.
A Umbanda é religião sim e, através do trabalho dos guias e dos médiuns, espalha pelo mundo a necessidade da caridade para se construir um mundo mais justo, pacífico e tolerante. Um dos nossos maiores mandamentos é esse: o amor ao próximo, o que buscamos demonstrar com o nosso trabalho em prol de todos aqueles que necessitam. Nossa fé, força, confiança nos levam à dedicação à essa importante tarefa.
Não importa a frequencia dos encontros, mas naquele dia estabelecido largamos tudo para tomarmos o nosso lugar nessa corrente de fé que se forma a cada trabalho.
Cada elemento ali tem a sua importância: as velas, a roda, o atabaque, as guias que os mediuns levam no pescoço... e cada qual deve ser tratado com o devido respeito.
Sim, trabalhamos com incorporações, benzimentos, chás, "simpatias" como alguns gostam de chamar... Usamos encruzilhadas, cemitérios, a praia, a mata, a cachoeira, tudo que possa nos deixar mais próximos das forças que nos auxiliam nesse trabalho de ajuda ao próximo. E tudo é feito pelo bem, sem nenhuma intenção de prejudicar, afinal, não é essa a intenção de quem realmente trabalha com a Umbanda.
Porém, somos muito criticados por isso. As pessoas preferem supor de forma perjorativa as nossas atitudes ao invés de buscar, se informar, conhecer, mesmo que superficialmente, o real objetivo de nossas ações.
Claro que também tem muitas pessoas que se aproveitam dos conhecimentos que tem em benefício próprio, sem se importar com as consequencias de suas ações. Mas essas pessoas não podem (e não são) consideradas umbandistas e terão enfim a sua "recompensa" porque outra coisa que aprendemos na Umbanda é que você recebe exatamente aquilo que você dá.
O importante mesmo em qualquer religião é o respeito à crença tanto por parte de quem acredita, como (e principalmente) por parte de quem não a compreende. Muitas vezes nos esquecemos que nossa função não é julgar, pois esta tarefa já está sendo feita dia-a-dia por um Ser Superior Onisciente e Onipresente.
Temos que nos lembrar sempre que a real função da religião, seja ela qual for, é disseminar o bem e tornar a pessoa que a segue melhor, mais pacífica e tolerante com seus irmãos.
E é esta a minha função, o que tento fazer dentro dessa religião: seguir os passos de meu pai Oxalá que nos ensinou a amar ao nosso irmão sem preconceito, ajudar a todos que necessitam e não ser um mártir, mas ser um ser atuante e participante. É diante dessa Luz que edifico meu caminho e minha Lei Maior: a caridade!

Paty Augusto

Nota: Agradeço de coração ao convite de poder participar desse blog para expor o pouco que sei sobre essa religião tão mal vista, porém tão importante na disseminação do amor a Deus e ao Próximo...


"Falta Tolerância na Terra dos Viventes"

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